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Obesidade Grau 1: Qual a relação com as doenças ocupacionais e com o absenteísmo?

Obesidade Grau 1: Qual a relação com as doenças ocupacionais e com o absenteísmo?

A obesidade grau 1 representa um problema crescente de saúde pública no Brasil e no mundo, com implicações significativas não apenas para a saúde individual, mas também para o ambiente de trabalho e a produtividade organizacional.

Caracterizada por um índice de massa corporal (IMC) entre 30 e 34,9 kg/m², a obesidade grau 1 é considerada um estágio inicial da condição, porém já apresenta riscos substanciais à saúde. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta condição é definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal que pode prejudicar a saúde e está associada a diversas comorbidades que afetam diretamente o desempenho profissional e a assiduidade no trabalho.

Compreendendo a obesidade grau 1: definição e diagnóstico

A classificação da obesidade é feita através do cálculo do índice de massa corporal (IMC), uma medida que relaciona o peso e a altura do indivíduo. O IMC é calculado dividindo-se o peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros). Conforme os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade grau 1 corresponde a um IMC entre 30 e 34,9 kg/m².

É importante destacar que, embora o IMC seja uma ferramenta útil para avaliações populacionais, ele apresenta limitações quando aplicado individualmente, pois não distingue entre massa muscular e gordura corporal. 

Por isso, na prática clínica, outras medidas complementares são utilizadas, como a circunferência abdominal e a proporção cintura-quadril, que oferecem informações mais precisas sobre a distribuição da gordura corporal e os riscos associados.

A obesidade grau 1, mesmo sendo considerada uma forma menos severa quando comparada à obesidade mórbida (IMC ≥ 40 kg/m²), já representa um fator de risco significativo para diversas condições de saúde. 

O acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal (obesidade central), está associado a um estado inflamatório crônico de baixo grau que pode desencadear uma série de alterações metabólicas prejudiciais ao organismo.

Impactos da obesidade grau 1 na saúde ocupacional

A relação entre obesidade grau 1 e saúde ocupacional é complexa e bidirecional. Por um lado, determinadas condições de trabalho podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade, como longas jornadas sedentárias, estresse crônico, trabalho em turnos alternados e acesso limitado a opções alimentares saudáveis. 

Por outro lado, o excesso de peso pode predispor o trabalhador a diversos problemas de saúde que impactam sua capacidade laboral.

Entre as doenças relacionadas à obesidade grau 1 que afetam diretamente o desempenho profissional, destacam-se:

  1. Distúrbios osteomusculares: O excesso de peso aumenta a sobrecarga nas articulações, especialmente coluna, quadril, joelhos e tornozelos. Estudos demonstram que trabalhadores com obesidade grau 1 apresentam risco 1,5 a 2 vezes maior de desenvolver lombalgias crônicas, tendinites e outras lesões por esforço repetitivo, especialmente em funções que exigem movimentação de cargas ou permanência prolongada em uma mesma posição;
  2. Transtornos cardiometabólicos: A obesidade grau 1 está associada ao aumento da pressão arterial, resistência à insulina e dislipidemias. Estas alterações elevam o risco de desenvolver doença cardíaca, diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral, condições que frequentemente exigem afastamento do trabalho para tratamento e podem resultar em limitações funcionais permanentes;
  3. Apneia do sono: O acúmulo de gordura na região cervical estreita as vias aéreas superiores, predispondo à apneia obstrutiva do sono. Este distúrbio resulta em sono fragmentado e não reparador, causando sonolência diurna excessiva, déficit de atenção e redução dos reflexos – fatores críticos para a segurança ocupacional, especialmente em funções que envolvem operação de máquinas ou veículos;
  4. Comprometimento respiratório: O aumento da adiposidade torácica e abdominal reduz a complacência pulmonar e dificulta a ventilação adequada. Trabalhadores com obesidade grau 1 poderão estar mais suscetíveis a dispneia aos esforços e fadiga precoce, particularmente em atividades que demandam resistência física;
  5. Impactos na saúde mental: A relação entre obesidade e transtornos psicológicos é bem documentada na literatura científica. Indivíduos com obesidade grau 1 apresentam maior prevalência de ansiedade, depressão e baixa autoestima. No contexto ocupacional, estes fatores podem manifestar-se como desmotivação, conflitos interpessoais e dificuldade de adaptação a mudanças.

Impactos do Sedentarismo Ocupacional para a Empresa

Obesidade grau 1 e absenteísmo: uma relação direta

O absenteísmo, definido como a ausência do trabalhador quando era esperada sua presença, representa um indicador crucial da saúde organizacional e está intimamente relacionado à obesidade grau 1. Dados epidemiológicos demonstram que trabalhadores com esta condição apresentam taxas de absenteísmo significativamente superiores quando comparados a indivíduos com peso adequado.

Colaboradores com obesidade grau 1 têm, em média, 3,7 dias a mais de ausência ao trabalho por ano do que aqueles com peso normal. Este aumento no absenteísmo deve-se a múltiplos fatores:

  1. Maior frequência de licenças médicas: As comorbidades associadas à obesidade grau 1 frequentemente exigem consultas médicas, exames diagnósticos e tratamentos que resultam em afastamentos pontuais;
  2. Recuperação prolongada: Evidências científicas indicam que pacientes com obesidade grau 1 apresentam cicatrização mais lenta e maior índice de complicações pós-operatórias, resultando em períodos mais extensos de convalescença após procedimentos cirúrgicos ou tratamentos;
  3. Incapacidade temporária: Condições como lombalgia aguda, crises hipertensivas e descompensação diabética – todas mais prevalentes em pessoas com obesidade grau 1 – podem causar afastamentos de curta duração, mas de ocorrência frequente;
  4. Presenteísmo: Este fenômeno, caracterizado pela presença física do trabalhador com produtividade reduzida devido a problemas de saúde, também é mais comum entre indivíduos com obesidade grau 1. Embora não configure absenteísmo propriamente dito, representa um custo indireto significativo para as organizações.

Um aspecto frequentemente negligenciado é o impacto cumulativo do absenteísmo relacionado à obesidade grau 1. Quando analisado isoladamente, cada episódio de afastamento pode parecer de pequena relevância; contudo, quando considerados em conjunto e multiplicados pelo número de trabalhadores afetados, representam um prejuízo econômico substancial para as empresas e para o sistema previdenciário.

Fatores ocupacionais que contribuem para a obesidade grau 1

Para compreender integralmente a relação entre obesidade grau 1 e ambiente de trabalho, é fundamental analisar como determinados aspectos organizacionais podem contribuir para o desenvolvimento e agravamento desta condição:

  1. Sedentarismo ocupacional: A transição para uma economia baseada em serviços resultou em um aumento significativo de profissões que exigem pouca ou nenhuma atividade física. A permanência sentada por períodos prolongados reduz o gasto energético diário e contribui para o desequilíbrio energético positivo que leva ao ganho de peso;
  2. Estresse laboral crônico: A exposição contínua a estressores ocupacionais eleva os níveis de cortisol, hormônio associado ao aumento do apetite e à preferência por alimentos calóricos. Além disso, o estresse frequentemente desencadeia comportamentos compensatórios, como alimentação emocional e redução do exercício físico;
  3. Trabalho em turnos: A perturbação do ritmo circadiano causada por escalas de trabalho irregulares provoca alterações hormonais que favorecem o ganho de peso. Estudos demonstram que trabalhadores noturnos apresentam maior prevalência de obesidade grau 1 em comparação com aqueles que atuam exclusivamente durante o dia;
  4. Cultura alimentar no ambiente de trabalho: O acesso limitado a opções saudáveis de alimentação, máquinas de venda automática abastecidas com produtos ultraprocessados e celebrações frequentes com alimentos de alta densidade calórica contribuem para hábitos alimentares inadequados no contexto laboral;
  5. Falta de políticas de promoção à saúde: Empresas que não implementam programas estruturados de incentivo à atividade física e alimentação saudável perdem oportunidades valiosas de prevenção da obesidade grau 1 entre seus colaboradores.

É importante salientar que estes fatores raramente atuam isoladamente. Na maioria dos casos, a obesidade grau 1 resulta da interação complexa entre predisposição genética, comportamentos individuais e condições ambientais, incluindo aquelas presentes no local de trabalho. Esta perspectiva multifatorial é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.

Estratégias preventivas e intervenções eficazes no ambiente corporativo

O tratamento da obesidade grau 1 e suas complicações ocupacionais requer uma abordagem integrada, que contemple tanto aspectos individuais quanto organizacionais. Intervenções bem-sucedidas geralmente combinam múltiplas estratégias:

  1. Programas de avaliação e monitoramento: O estabelecimento de protocolos regulares para avaliação do estado nutricional dos colaboradores permite a identificação precoce de indivíduos com sobrepeso e obesidade grau 1, possibilitando intervenções antes que complicações significativas se desenvolvam;
  2. Modificação do ambiente de trabalho: Alterações estruturais como disponibilização de bebedouros, refeitórios com opções saudáveis, áreas para atividade física e estações de trabalho que permitam alternância entre posições sentada e em pé contribuem para um ambiente menos obesogênico;
  3. Programas educativos: Workshops, palestras e materiais informativos sobre nutrição adequada e importância da atividade física aumentam o conhecimento dos colaboradores sobre práticas saudáveis. É essencial que estas iniciativas sejam baseadas em evidências científicas atualizadas e livres de abordagens estigmatizantes;
  4. Incentivo à prática de exercício físico: Empresas podem oferecer programas de ginástica laboral, convênios com academias, organização de grupos de caminhada e outras atividades que estimulem um estilo de vida mais ativo durante e após o expediente;
  5. Abordagens comportamentais: Técnicas de coaching em saúde, entrevista motivacional e terapia cognitivo-comportamental têm demonstrado eficácia no apoio a mudanças sustentáveis de hábitos alimentares e de atividade física, essenciais para o controle da obesidade grau 1;
  6. Políticas organizacionais de suporte: A implementação de políticas que permitam horários flexíveis para atividade física, pausas ativas durante a jornada e tempo adequado para refeições contribui para a adesão dos colaboradores às recomendações de saúde;
  7. Integração com o sistema de saúde: A articulação dos programas corporativos com serviços de saúde ocupacional e assistencial garante continuidade no cuidado e abordagem médica especializada quando necessário.

A literatura científica indica que programas bem estruturados de gerenciamento da obesidade grau 1 no ambiente corporativo apresentam retorno sobre investimento favorável, com reduções significativas em absenteísmo, custos médicos e aumento da produtividade.

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A Previna Saúde Ocupacional oferece um conjunto abrangente de soluções que podem contribuir com a diminuição e prevenção da obesidade grau 1 e suas implicações no ambiente de trabalho. 

Nossos programas integram avaliação, prevenção e gerenciamento de casos, proporcionando resultados mensuráveis em termos de saúde dos colaboradores e indicadores organizacionais.

Nossas soluções incluem avaliações periódicas de composição corporal com tecnologia de ponta, consultorias nutricionais in company, programas estruturados de atividade física e suporte psicológico para mudança comportamental. 

Além disso, oferecemos consultoria para adaptação do ambiente físico e das políticas organizacionais, criando um ecossistema que favorece escolhas saudáveis.

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