O afastamento por burnout é uma das causas mais recorrentes de licenças médicas nos últimos anos. Essa síndrome está diretamente relacionada ao trabalho, portanto, é necessário o esforço conjunto da empresa e do funcionário para sua prevenção e tratamento.
É comum que as empresas negligenciem o burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, por pensarem que não passa de uma desculpa para não trabalhar.
Entretanto, o burnout apresenta sintomas físicos, além dos cognitivos, e já é uma doença reconhecida pela Classificação Internacional de Doenças.
Neste artigo, você entenderá um pouco mais sobre o burnout, seus sintomas, causas e impactos legais.
O que é a síndrome de burnout?
A síndrome de burnout é um estado de esgotamento físico, mental e emocional causado por um prolongado período de estresse no ambiente de trabalho.
Ela é caracterizada por sentimentos de exaustão extrema, despersonalização e diminuição da realização pessoal.
Os sintomas incluem cansaço constante, irritabilidade, falta de concentração, dificuldade para dormir, queda de produtividade, entre outros.
O burnout pode afetar negativamente a saúde física e mental do indivíduo, prejudicando seu desempenho no trabalho e qualidade de vida. É importante buscar ajuda profissional ao identificar os sinais desta síndrome para evitar complicações e promover o bem-estar.
Quais são as causas do burnout?
As causas da síndrome de burnout estão geralmente relacionadas a um conjunto de fatores físicos, psicológicos e organizacionais no ambiente de trabalho. Alguns dos principais fatores incluem:
1. Excesso de trabalho e pressão
Sobrecarga de tarefas, prazos apertados, longas jornadas de trabalho e a expectativa constante de alta performance podem levar ao estresse crônico.
2. Ambiente de trabalho desfavorável
Falta de reconhecimento, ausência de apoio dos colegas e superiores, relacionamentos conflituosos no trabalho e falta de autonomia podem contribuir para o desenvolvimento do burnout.
3. Falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Dificuldade em separar o tempo dedicado ao trabalho do tempo para descanso e atividades pessoais pode aumentar os níveis de estresse e exaustão.
4. Falta de controle sobre as atividades
Sentir-se sem controle sobre as tarefas realizadas, falta de participação nas decisões que afetam o trabalho e falta de clareza nas expectativas podem aumentar a sensação de desgaste.
5. Falta de recompensa e reconhecimento
Ausência de incentivos financeiros, feedback positivo e reconhecimento pelo trabalho realizado pode levar à desmotivação e ao desenvolvimento do burnout.
Quais são os sintomas do burnout?
Os sintomas da síndrome de burnout podem se manifestar de diferentes formas e variar de pessoa para pessoa. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
Exaustão física e emocional: Sensação constante de cansaço, falta de energia e esgotamento tanto físico quanto emocional, mesmo após períodos de descanso.
Desmotivação e falta de interesse: Perda do entusiasmo e interesse pelo trabalho, sentimentos de apatia e desinteresse nas atividades profissionais que antes eram gratificantes.
Irritabilidade e alterações de humor: Tendência a ficar irritado facilmente, mudanças repentinas de humor, impaciência e intolerância com colegas e situações no ambiente de trabalho.
Dificuldades de concentração e memória: Dificuldade em manter o foco nas tarefas, lapsos de memória, falta de clareza mental e dificuldades em tomar decisões.
Baixa autoestima e autocrítica: Sentimentos de insegurança, autocrítica excessiva, baixa autoestima e sensação de fracasso mesmo diante de conquistas profissionais.
Alterações no sono: Dificuldade em dormir, insônia, despertares frequentes durante a noite e sono não reparador, o que pode levar a uma sensação de cansaço ainda maior durante o dia.
Alterações físicas: Dores de cabeça frequentes, tensão muscular, problemas gastrointestinais, palpitações e outros sintomas físicos decorrentes do estresse crônico.
É importante ressaltar que a presença de alguns desses sintomas não necessariamente indica a presença da síndrome de burnout, mas se eles persistirem e impactarem significativamente a qualidade de vida e o desempenho no trabalho, é recomendável buscar ajuda profissional para avaliação e tratamento adequado.
Como é o tratamento?
O tratamento da síndrome de burnout geralmente envolve abordagens multidisciplinares que visam aliviar os sintomas, promover o bem-estar mental e ajudar o indivíduo a adotar estratégias saudáveis para lidar com o estresse no trabalho.
Algumas das principais formas de tratamento incluem:
Avaliação médica e psicológica
É fundamental procurar a ajuda de um médico para avaliar a saúde física e mental do indivíduo, bem como um psicólogo ou psiquiatra para uma avaliação psicológica completa e diagnóstico preciso da síndrome de burnout.
Psicoterapia
A terapia psicológica, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), pode ser eficaz no tratamento do burnout.
O psicoterapeuta trabalha com o paciente para identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento prejudiciais, além de ensinar habilidades de enfrentamento e gestão do estresse.
Mudanças no estilo de vida
Adotar hábitos saudáveis pode ajudar a reduzir os sintomas de burnout.
Isso inclui ter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, priorizar o sono adequado, praticar técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, e estabelecer limites saudáveis no trabalho e vida pessoal.
Reavaliação do ambiente de trabalho
É importante analisar as condições do ambiente de trabalho que contribuíram para o surgimento do burnout e buscar mudanças necessárias.
Isso pode incluir redução de carga horária, delegação de tarefas, estabelecimento de metas realistas e melhoria do suporte social no ambiente profissional.
Medicação
Em alguns casos, o uso de medicamentos pode ser recomendado para tratar sintomas específicos, como ansiedade, depressão ou distúrbios do sono. No entanto, a medicação geralmente é usada em conjunto com outras abordagens terapêuticas.
Implicações legais
A síndrome de burnout passou a ser reconhecida mundialmente como uma síndrome ocupacional relacionada ao esgotamento no trabalho, pela Classificação Internacional de Doenças, sob o CID-11, em janeiro de 2022.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o funcionário deve fornecer à empresa um atestado médico que assegure, no mínimo, 15 dias de afastamento do trabalho, durante os quais a remuneração será de responsabilidade da empresa.
Se a licença precisar ser prolongada, o trabalhador tem o direito de solicitar o auxílio-doença, provido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mediante agendamento de uma perícia médica para avaliação do caso.
O auxílio-doença é um auxílio por incapacidade temporária devido a uma doença ocupacional ou acidentes de trabalho. Nesses casos, os trabalhadores que ficarem afastados pelo INSS recebem o pagamento até o final da licença.
Dependendo de quanto tempo durar a licença, pode ser necessário retornar ao trabalho. Contudo, caso a síndrome persista mesmo com o afastamento temporário, o trabalhador pode ter direito à aposentadoria por invalidez.
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