Os acidentes de trabalho geralmente estão associados a situações como quedas, objetos que atingem os profissionais, vazamento de produtos, entre outros. No entanto, os riscos biológicos também exigem atenção, sobretudo em ambientes suscetíveis a eles.
Conhecê-los é o primeiro passo para prevenir doenças que podem ocasionar problemas maiores que o afastamento, uma vez que, dependendo do agente, as consequências são mais graves.
Continue lendo o post, entenda o que são os principais riscos biológicos presentes nas empresas e como preveni-los. Acompanhe!
O que são riscos biológicos?
Riscos biológicos referem-se a qualquer probabilidade da exposição ocupacional a algum tipo de agente biológico, ou seja, algum organismo vivo capaz de causar alguma reação ou enfermidade.
Os principais riscos biológicos encontrados no ambiente de trabalho são os microrganismos, visíveis ou invisíveis a olho nu. São bactérias, vírus ou mesmo parasitas, como vermes, protozoários, além de piolhos e outros insetos.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) não há uma convenção internacional da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que define quais são todos os agentes biológicos que o trabalhador está exposto.
Conheça os danos mais comuns causados pelos agentes biológicos em trabalhadores:
- Bactérias: causam desde infecções alimentares a doenças graves como pneumonia, difteria e tuberculose.
- Vírus: causam doenças mais comuns como resfriados às mais graves – hepatite, sarampo, caxumba, COVID-19, etc.
- Fungos: fungos no ambiente de trabalho são causadores das micoses em geral.
- Protozoários: os protozoários são mais comuns na comida ou água consumida, podendo causar principalmente problemas no intestino.
De modo geral, os ambientes que mais oferecem riscos biológicos são unidades de saúde, laboratórios, indústria alimentícia, abatedouros e na agricultura.
Os riscos biológicos geralmente estão relacionados à manipulação ou presença ou contaminação de agentes patogênicos selvagens, atenuados, ou que sofreram processo de recombinação, culturas biológicas, presença de animais, etc.
As vias mais comuns associadas ao processo de contaminação biológica são a via cutânea ou percutânea, via respiratória, oral e via conjuntiva.
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Quais as classes dos agentes biológicos?
A NR 32 define no Anexo II as classes e as classificações de risco, conforme critérios, a exemplo de grau de infecção, gravidade, entre outros. Entenda:
Classe de Risco 1: agrega os agentes biológicos que expõem o trabalhador a um nível baixo em relação à saúde e propagação.
Classe de Risco 2: agrega os agentes biológicos que expõem o trabalhador a um nível moderado em relação à saúde e propagação.
Classe de Risco 3: agrega os agentes biológicos que expõem o trabalhador a um nível moderado em relação à sua saúde e a coletiva. Nesses casos, pode envolver doenças graves.
Classe de Risco 4: agrega os agentes biológicos que expõem o trabalhador a um nível elevado em relação à sua saúde e a coletiva. Envolve doenças com alto grau de complexidade, podendo não haver tratamento.
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Como prevenir riscos biológicos
A NR também trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, que como o nome sugere define as diretrizes para prevenir quaisquer riscos ao trabalhador. Segundo a norma, as empresas devem identificar os riscos biológicos mais prováveis conforme a região, localização geográfica e demais características, considerando:
- a) locais de exposição;
- b) vias de entrada e transmissão;
- c) níveis de transmissão;
- d) nível de persistência do agente biológico;
- e) estudos sobre o agente, dados estatísticos e demais informações científicas;
- f) descrição do local de trabalho;
- g) procedimentos do trabalho;
- h) medidas preventivas aplicáveis
As medidas preventivas aplicáveis no ambiente de trabalho variam de acordo com o tipo de agente, nível de transmissão, contaminação e danos à saúde do trabalhador/ sociedade. Entre as mais utilizadas estão:
- Higienização e desinfecção das mãos, roupas e ambientes;
- Adoção de equipamentos de proteção individual (EPI’s), tais como máscara, luvas, toucas, jalecos, etc;
- Instalar sistemas de esterilização do ar;
- Definir padrões e procedimentos para o manuseio, armazenamento, transporte e uso de agentes nocivos em geral;
- Descartar corretamente quaisquer resíduos ou equipamentos utilizados que ofereçam riscos ao trabalhador, terceiros ou ao meio ambiente;
- Limitar o número de colaboradores expostos aos riscos.
O ideal é sempre oferecer treinamentos e alertar os funcionários sobre a importância de seguir as medidas de proteção. Também é fundamental monitorar o ambiente de trabalho e verificar se as medidas implementadas estão sendo seguidas.
Quando se age antes do problema, a vida dos colaboradores, gestores, parceiros e clientes fica resguardada. A empresa evita quaisquer problemas relacionados aos riscos, que vão desde afastamentos a prejuízos financeiros e demais questões na ordem jurídica.
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